Num Bar
Hei-de esperar-te num bar
num qualquer
após ter feito amor
com as causas que julgara perdidas…
E aí, que me importa o burburinho das alheias vozes
as histéricas gargalhadas lançadas
como setas contra as livres andorinhas?
Hei-de olhar-te outra vez,
uma vez mais
como a primeira vez
e não sei se sorrirei ou emudecerão meus lábios
perante a libidinagem da tua presença…
Sabes são de rosmaninho meus trilhos
meu perfume é flor de lótus
os outeiros, minhas preces
Hei-de esperar-te num bar
somente para fechar o ciclo
onde me fiz peregrina da dor.
© Célia Moura – A publicar
(Ilustração – Fabian Perez painting)