Confidências De Um Psiquiatra
Conheci o Gabriel por mera casualidade ou talvez não.
Não importa como nem quando. Importa que inesperadamente ficámos amigos.
Há anos que não sei dele, Continuar a ler
prosa
Quando As Almas Doem
Quando As Almas Doem
Sentada no café, com uma corda a apertar a garganta, percorria Sofia a sua extensa listagem de números da agenda do telemóvel. Tantos números, tanta gente para quem ligar e dividir aquela angústia que a corroía, mas com quem? Quem se importaria verdadeiramente com ela naquele momento?! Continuar a ler
Orgias
Cubram-me com organza,
um pouco de seda preta nos seios já desnudados
e muitas rendas a condizer,
por favor,
de preferência pretas! Continuar a ler
ESTILHAÇOS DO TEMPO – Parte III

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ESTILHAÇOS DO TEMPO – Parte III
Não sei qual o motivo, mas é-me necessário definir esta mulher. Talvez por me fazer recordar alguém, pelo seu semblante enigmático, quando olhado de súbito. Mas, não consigo, no fundo das imagens que me estalam na memória, saber quem me faz lembrar. Só sei que me faz lembrar alguém! Disso, tenho perfeita consciência. Continuar a ler
Promessa
Com ele vivera o auge do amor e da paixão. Dera-se por inteira como canteiro de flores que se abre na Primavera e era assim em todas as estações…sempre Primavera mesmo quando chovia intensamente e corriam à chuva ou simplesmente permaneciam de corpos enrolados um no outro noite e dia. Continuar a ler
Homens Apaixonados
Gravação para a Rádio Além Fronteiras, tema “A Paixão” – 13.Fev.2015 -, baseado no texto de © Célia Moura © “Como São Lindos Os Homens Apaixonados”, na voz da própria.
No Espírito do Rio
No Espírito do Rio
Há tanto tempo que parti – dizes-me tu ainda assim sorrindo.
– Como podes ter partido, se vives, se tens uma ocupação, se amas, se te dás, se tens família, amigos?!
É tão simples – respondes-me. Quando já morreste e pouco mais importa em ti a não ser as necessidades básicasda vida, e nada do que és tem a ver com o Sistema onde forçosamente foste inserido, sabendo-te escravo dele, tendo a noção que a Liberdade é uma mentira, e a tua luta é sobretudo a de permaneceres inteiro e íntegro?! Continuar a ler
EM SILÊNCIO I
EM SILÊNCIO, NO TEU SILÊNCIO – Capítulo I
Entre as incessantes reuniões quotidianas, Gibran sentiu uma voraz e súbita angústia na alma. Agarrou com força a cadeira, com receio de alguma tontura, permanecendo em silêncio. Não era normal, aliás não era nada normal num homem forte e sadio como ele,proprietário de uma das maiores Empresas Petrolíferas da Síria, sentir-se assim.
Mas talvez Hadfa, sua mulher, tivesse razão, ele trabalhava demais! Continuar a ler
ESTILHAÇOS DO TEMPO – Parte I

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ESTILHAÇOS DO TEMPO – Parte I
I
Aquele bar fazia lembrar alguns cafés do centro de Milão, com uma certa nostalgia chique, e muito própria. Adornado de pequenos candelabros, estrategicamente colocados pelas paredes, escoando uma caprichosa luz avermelhada, tornava assim, de um imenso romantismo o ambiente então gerado. Continuar a ler
Sofia não vive, Sofia sonha!
Sofia não vive, Sofia sonha!
E bom, segundo Descartes “se penso logo existo”, e segundo eu se existo logo penso, então Sofia existe.
Sim existe fisicamente, tem um corpo, um rosto repleto de vida e jovialidade, tem uma mente sadia, é inteligente q.b., porém há tanto tempo que Sofia partiu!
O desapego que no início a existência a infligira como chicoteadas na pele fresca ainda, hoje era nada. Continuar a ler
NA ALDEIA DO GINGÃO
NA ALDEIA DO GINGÃO
Ao entardecer, na aldeia do Gingão, era sempre o mesmo fado.
Andava a Rita sem rédea, pelo terreiro bailando, com este, com aquele, com qualquer um!
Ai, o estupor da pequena!
– Ó Rita!
– Ó Rita!
– Ó Rita que te chego a roupa ao pelo! Continuar a ler
Sofia e a Pedra
Sofia e a Pedra
Sofia olha aquela pedra bem diante dela após todo aquele tempo, e é como se a imaginasse dizer-lhe:
– Tu sabes que fui eu quem te feriu naquele princípio de noite não sabes?
– Sei sim – responde Sofia. – Só agora te trouxeram até mim, nunca pensei que te tivessem encontrado. Continuar a ler
Uma Tertúlia no Campo
Uma Tertúlia no Campo
Hoje não estarei por aqui ligada à tecnologia.
Já por aqui passei, dei os bons dias aos amigos, enquanto me arranjava para o campo logo cedo, tomei o pequeno almoço e com um sorriso nos lábios e uma canção nos ouvidos. Fui embora.
Ainda nem seriam sete horas da manhã quando a porta se fechou por trás de mim. Continuar a ler
A Auto-Estima
A Auto-Estima
Todos enchem a boca para falar de auto-estima!
Uns porque acham que você tem em demasia, mas grande parte por considerar que você não tem e deveria ter.
Pois eu considero que auto-estima tem tudo a ver com a nossa formação desde a família onde nascemos, ao meio social, às escolas por onde passamos e também, diria que a dado momento sobretudo, às pessoas com as quais nos damos e à profissão que temos ou não. Continuar a ler
As bonecas da minha infância
As bonecas da minha infância
Foram escassas as bonecas da minha infância, talvez por isso me recorde tanto delas, e do seu afastamento de mim, sem nunca ter brincado com elas, porque não me era permitido.
A minha mãe não me deixava com receio de que eu as estragasse. Eram presente das tias ricas, irmãs do meu pai.
Não eram para eu brincar, eram só para de vez em quando eu poder olhar, nunca tocar, elas sempre dentro das caixas, lindas, e só quando eu pedia à minha mãe, sorrindo ela me deixava contemplá-las. Pobre mãe, eu sei que ela talvez não fizesse por mal. Continuar a ler
Só passado algum tempo
Só passado algum tempo, ela conseguiu digerir aquela pergunta tão directa, vinda de uma criança de sete anos, olhando-a de frente na mesa de um restaurante:
– Porque te mascaras tanto, é para te esconderes?
Somente a vida lhe diria a ela mesma, que sim, toda aquela maquilhagem carregada que usava como se de um ritual já se tratasse, verdadeiramente a escondia.
Ninguém precisava despir-lhe a alma.
Como são sábias as crianças na sua inocência. Continuar a ler
UM AMOR
UM AMOR
Linda, tinha sido Carmen, morena como o luar numa tarde de Agosto.
Sempre for a a rapariga mais cobiçada da aldeia, a mais invejada. Até sua Mãe temia por sua beleza ser tão grande.
Como era bela, a sua Carmen, contemplava-a aquela Mãe deslumbrada e envaidecida por ter concebido tal fruto no seu ventre. Continuar a ler
A Mulher é a Flor
A Mulher é a Flor
Sou daquelas mulheres que já não recebe flores em dias como o de hoje, mas também já não me importo com isso.
Hoje dei vida a uma sardinheira que iria para o lixo, plantando-a e ofereci uma planta a uma vizinha. Continuar a ler
Maria
Maria já se encolhia se alguém se chegava perto do seu corpo com alguma intimidade.
Há quanto tempo não tivera um carinho, um abraço!
Não se lembrava do último que recebera, mas lembrava-se do último que dera. Continuar a ler
Mãe um dia um dia ofereci-te orquídeas
Mãe, um dia ofereci-te orquídeas, as tuas flores de eleição e não as quiseste. Ficaste com elas, contrariada para me fazer a vontade, porque as flores dão muito trabalho, e tu preferias um belo perfume ou algo similar.
Recordo-me que foi num dia em que se celebrava o “Dia da Mãe”. Continuar a ler
Da janela do meu quarto
Da janela do meu quarto para além da bruma entrecortada fazendo pairar não muito longe o prenúncio agitado da cidade, bailam nuvens de algodão, vêm pássaros pousar-me no parapeito, onde partilho com eles as migalhas do meu pão. Continuar a ler
Orgulho de ser Mulher
Orgulho de ser Mulher
Madalena olhava aquele homem bem na sua frente e sentia-se cada vez mais agoniada. Nem queria acreditar que aquele senhor ao qual sempre tivera tanto respeito lhe pudesse fazer tal proposta!
Aliás, ter-lhe tocado ao de leve apesar de Madalena em pânico ter fugido Continuar a ler